terça-feira, 10 de maio de 2011

Hoje, dia 10 de maio de 2011, uma declaração.


         Começarei este texto tentando entender certas questões que me afetam diretamente, avaliando o primeiro mês de temporada deste espetáculo que detêm muitos dos meus desejos mais humanos, lindos e secretos, assim como também meu lado menos discreto e ambicioso.
          Eu tenho pensado bastante sobre certos acontecimentos, principalmente no se refere às sextas-feiras, que têm sido bem peculiares. Atrasos, pessoas presas por falta de chaves, senhas, refletores que piscam, água, falta de luz, tombos, etc.
         Diante de tudo isso, eu, a atriz deste espetáculo considerado por tantos um sucesso, penso: o que estaria acontecendo com as sextas – feiras? Algumas pessoas mais crentes e com a alma cheia de vibrações lindas, coração aberto e força no espírito diriam que é uma energia brincante, um ser bem levado se divertindo com nossas agruras e anseios. Outras diriam que é olho gordo, mandinga, inveja, falta de talento. Eu não digo nada, mas to de olho. rs
          Em nenhum momento me senti amedrontada por tais eventos, mesmo porque o que vivi nestes meses de apresentação me leva a crer que os desafios estão ai, presentes, vibrantes nos cutucando a todo tempo , gritando bem ao pé do meu ouvido que “se ficar o bicho come e se correr o bicho pega”, eu preferi comer o bicho e empalhá-lo, mantendo-o me olhando no olho para não perdê-lo de vista um só momento, para aprender que as coisas precisam ser vistas de frente, e assim serem confrontadas, colocadas no devido lugar.
          Desafiada eu fui desde o início e continuo sendo toda noite de sexta e sábado, assim como nas segundas, terças, quartas e quintas-feiras, no prazer de continuar procurando lidar com todas essas forças, buscando aprender a me superar e superar todos os medos, angústias e falsas verdades. Nesse sentido o artista precisa estar bem atento para não cair e nem ceder a falsos milagres.
           Tudo que é apresentado por mim nada mais  é que uma mulher, atriz, fazendo à sua maneira as coisas acontecerem e querendo profundamente que as experiências vividas se transformem em algo muito maior do que títulos e números arrecadados. Assim, permito-me dizer que estar em cena não é fácil, é doloroso, arriscado, um voo no infinito. Lanço-me ao ar, agarrada, mãos entrelaçadas com força nessa linha invisível.  Espero que ela me leve para além dos deliciosos aplausos e risadas sinceras. Assumir tal tarefa pode ser algo inimaginável, tão belo e secreto: estar em cena.

Ivana Iza

Um comentário:

  1. Fui ao espetáculo na última sexta e simplesmente adorei!!! Já fiz aulas de teatro com vc no Col. Santa Úrsula, mas como n tenho o talento para a arte, passei pouco tempo e com certeza n serei lembrada!! =)) Sua desenvoltura impressiona e faz com q o espetáculo de 1h30 passe como se fosse 10 minutos! Muito sucesso para vc!! Meu namorado tbm adorou as dicas... kkkkkkk!! Bjinhos, Aline

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