Queridas sintam-se avontes para conhecer essa Devassa paulista chama Bruna Grotti e seu site www.casalsemvergonha.com.br, um descoberta mais que delícia, deliciosíssima. Divirtam-se.
"Não, meus caros. O grande mal da humanidade não são as drogas, como
diria a sua avó. Nem o consumismo ao qual o seu vizinho idealista tem
aversão. Muito menos a falta de engajamento político dos jovens, que o
seu professor de história tanto condenava. O novo vilão é um lobo em
pele de cordeiro. Chegou tímido, mas logo
encontrou cadeira cativa na mesa do café da manhã das famílias mais
tradicionais, aquelas de comercial de margarina. Então, aos poucos, foi
colocando as manguinhas de fora. Hoje ganhou o superpoder da
onipresença: está em casa e na rua, no meu trabalho e no seu; atinge
homens e mulheres, héteros e homossexuais. Queridos leitores, é de pau
mole que apresento-lhes a célebre paumolescência, um mal que veio para
ficar.
Sim, falar sobre isso me deixa de pau molão. Aliás, fico de pau mole
em diversas circunstâncias dessa vida. Exemplo clássico: de pijama em
casa, num sábado à noite, quando o celular apita. Todas as chamas se
acendem, afinal, pode ser uma proposta para transar. Ou um simples
convite dos amigos para beber cerveja e rir. Ou até mesmo um fora
daquele cara, pra dar uma dramatizada na vida. Mas não é nada disso: é a
maldita mensagem da operadora avisando que os seus créditos estão
acabando. Aí é inevitável: o pau amolece feito roupa lavada com Fofo
concentrado.
Pau mole é muito mais do que apenas uma condição masculina e física –
diga-se de passagem, o pau mole no homem é natural e digno de respeito,
afinal, ninguém tem o apetite sexual de uma cadela no cio e tampouco a
energia potencial de uma britadeira de furar asfalto. O problema é o pau
mole crônico. Ele transcende as barreiras sexuais, biológicas e
sociais. É reflexo da cultura do politicamente correto, tão amplamente
divulgada e apoiada pelos defensores da moral e dos bons costumes. É
resultado do excesso de zelo, do não poder tomar gelado, do não poder
brincar na rua, do não poder falar palavrão. É fruto da classificação
indicativa na TV, da restrição aos videogames de luta, do Safe Search
ativado nos navegadores de Internet.
Foi-se o tempo em que avós, pais e netos se reuniam no domingo à
tarde, depois daquele frango assado com batatas, para assistir à
Banheira do Gugu. O coro do umba-umba-umba-ê deu lugar a suspiros
desperdiçados com os vampiros teens da saga Crepúsculo. Ninguém mais
pega nos peitinhos da rainha dos baixinhos. Os Mamonas Assassinas foram
substituídos pela onda do color rock, pelos Restarts e Fresnos da vida. Nesse raio de suruba nem me passaram a mão na bunda, quem dirá comer alguém…?
É nessas horas que vejo como o mundo mudou. E sinceramente? Essa é
uma evolução que não faço a menor questão de seguir. Tenho um apêndice
que não me serve para nada, 33 dentes e de vez em quando ainda fico de
quatro. Ser um pouco mais troglodita não vai me tornar inapta ao
convívio social. Portanto, por favor, deixem-me viver num mundo onde
Caio Fernando de Abreu é cultuado por dizer: “quer me foder me beija, me
traz um engradado de cerveja”.
Enviado pelo querido Tony Edmond, via facebook.