quarta-feira, 23 de maio de 2012

A Geração da Paumolecência

Impossível não dividir com vocês caras amigas. O texto que segue foi retirado de um achado sexy, ousado e muito atrevido (bem a nossa cara).
Queridas sintam-se avontes para conhecer essa Devassa paulista chama  Bruna Grotti e seu site www.casalsemvergonha.com.br, um descoberta mais que delícia, deliciosíssima. Divirtam-se.

"Não, meus caros. O grande mal da humanidade não são as drogas, como diria a sua avó. Nem o consumismo ao qual o seu vizinho idealista tem aversão. Muito menos a falta de engajamento político dos jovens, que o seu professor de história tanto condenava. O novo vilão é um lobo em pele de cordeiro. Chegou tímido, mas logo encontrou cadeira cativa na mesa do café da manhã das famílias mais tradicionais, aquelas de comercial de margarina. Então, aos poucos, foi colocando as manguinhas de fora. Hoje ganhou o superpoder da onipresença: está em casa e na rua, no meu trabalho e no seu; atinge homens e mulheres, héteros e homossexuais. Queridos leitores, é de pau mole que apresento-lhes a célebre paumolescência, um mal que veio para ficar.
Sim, falar sobre isso me deixa de pau molão. Aliás, fico de pau mole em diversas circunstâncias dessa vida. Exemplo clássico: de pijama em casa, num sábado à noite, quando o celular apita. Todas as chamas se acendem, afinal, pode ser uma proposta para transar. Ou um simples convite dos amigos para beber cerveja e rir. Ou até mesmo um fora daquele cara, pra dar uma dramatizada na vida. Mas não é nada disso: é a maldita mensagem da operadora avisando que os seus créditos estão acabando. Aí é inevitável: o pau amolece feito roupa lavada com Fofo concentrado.
Pau mole é muito mais do que apenas uma condição masculina e física – diga-se de passagem, o pau mole no homem é natural e digno de respeito, afinal, ninguém tem o apetite sexual de uma cadela no cio e tampouco a energia potencial de uma britadeira de furar asfalto. O problema é o pau mole crônico. Ele transcende as barreiras sexuais, biológicas e sociais. É reflexo da cultura do politicamente correto, tão amplamente divulgada e apoiada pelos defensores da moral e dos bons costumes. É resultado do excesso de zelo, do não poder tomar gelado, do não poder brincar na rua, do não poder falar palavrão. É fruto da classificação indicativa na TV, da restrição aos videogames de luta, do Safe Search ativado nos navegadores de Internet.
Foi-se o tempo em que avós, pais e netos se reuniam no domingo à tarde, depois daquele frango assado com batatas, para assistir à Banheira do Gugu. O coro do umba-umba-umba-ê deu lugar a suspiros desperdiçados com os vampiros teens da saga Crepúsculo. Ninguém mais pega nos peitinhos da rainha dos baixinhos. Os Mamonas Assassinas foram substituídos pela onda do color rock, pelos Restarts e Fresnos da vida. Nesse raio de suruba nem me passaram a mão na bunda, quem dirá comer alguém…?
É nessas horas que vejo como o mundo mudou. E sinceramente? Essa é uma evolução que não faço a menor questão de seguir. Tenho um apêndice que não me serve para nada, 33 dentes e de vez em quando ainda fico de quatro. Ser um pouco mais troglodita não vai me tornar inapta ao convívio social. Portanto, por favor, deixem-me viver num mundo onde Caio Fernando de Abreu é cultuado por dizer: “quer me foder me beija, me traz um engradado de cerveja”.


Enviado pelo querido Tony Edmond, via facebook.