sábado, 4 de setembro de 2010

Trocando em miúdos uma breve justificativa.



É interesse de compreender como determinadas questões atentas às relações entre os gêneros se colocam no mundo contemporâneo. A vontade de subir ao palco como única interprete de um texto que eu mesma escrevi surgiu de uma inquietação que me acompanha há alguns anos.Tomo como tema inaugural desta minha justificativa de montar um espetáculo que fale sobre as necessidades femininas, a questão do sexo. Essa invenção ocidental que transforma de modo muito intenso as relações entre homens e mulheres em nossa sociedade.Tal trajetória, não deve fazer perder de vista que, para além de quaisquer transformações, de mudanças de comportamentos, a liberdade sexual feminina continua sendo um “tabu”, fazendo com que as mulheres continuem retraídas no que se refere a sua vida sexual. Se ao longo da sua história o amor manteve seus ideais estáveis, paralelamente, o sexo, ou vida sexual feminina, assumiu outros parâmetros. Dessa forma ele não deixou de construir uma lógica social invariante que diferencia os papéis dos homens e das mulheres. Um exemplo disso é que no jogo da sedução cabe ao homem tomar a iniciativa, vencer a resistência feminina. Por seu lado, a mulher cabe fazer-se adorar, esperar pacientemente o pretendente e conceder-lhe eventualmente seus favores.
Por que falar sobre as necessidades sexuais das mulheres? Por que sou mulher, e quando penso que mais de 35% das mulheres brasileiras nunca tiveram orgasmos, tem medo e vergonha de falar sobre seus desejos, vontades e prazeres, me leva sem dúvida à um desejo incontrolável de dizer a estas mulheres que podem e devem sentir muito prazer, com o outro ou sozinha, consigo mesma. Falar sobre essas necessidades também atinge a moral sexual que acaba por ser construída sobre um duplo padrão: tolerância para os desmandos masculinos e severidade com as mulheres. O que se pode realmente perceber é um abismo emocional entre os sexos que se revela no discurso de ambos, nos mais variados vieses que a incompletude se configura, nas mudanças de comportamento, no corpo que em silêncio evoca a busca sexual de homens e mulheres.
Diante deste cenário, questiona-se sobre a mulher. Parafraseando Freud: O que quer uma mulher? Como se configura o seu desejo, o seu prazer diante de uma realidade tão mutável e instantânea? Quais as estratégias de que dispõe internamente para lidar consigo e com o outro? Estas são algumas inquietações que me motivam a montar este espetáculo. A singularidade do trabalho reside no fato de trazer uma perspectiva nova sobre a sexualidade feminina, traz à tona um discurso feminino – é uma mulher falando de mulheres, dando voz às mulheres – uma realidade diferente dos discursos prévios sob a sexualidade da mulher. Meu discurso será desconcertante e inquietador, pois vai de encontro a discursos já imposto por uma sociedade que ainda pensa que o prazer feminino pode ser deixando a margem, ignorado.
Desta forma, a nova mulher que venho apresentar faz muito mais que disputar quem manda ou quem pode mais. Manter as suas diferenças é fundamental, pois é somente através delas que a mulher se configura como mulher, mas é também através dessas diferenças que colocaremos com clareza que a necessidade sexual feminina mudou, e mais do que nunca essa mulher fala e diz o que quer e como quer que a sua vida sexual se configure.
Que assim seja, aleluia.

sexta-feira, 3 de setembro de 2010

Na cena

Primeiro dia de ensaio. Vontade, solidão, cansaço, desafio, saudade dos amigos de outras cenas. Essas são alguns das palavras de ordem para este momento. Vamos com fé.

terça-feira, 31 de agosto de 2010

O corpo

Gustav Klimt
Egon Schiele
Gustav Klimt
Gustav Klimt
Essas são algumas das imagens que fazem parte de uma espécie de banco de "dados" feito ao longo de 6 meses para o nosso espetáculo.
Foram escolhidas 20 imagens em cada categoria designada pelo meu diretor Flávio Rabelo: 20 imagens pornográficas, 20 de atrizes, 20 de pintores e escultores, 20 de santas, 20 editoriais de moda. Elas servirão como estudo para a criação dos corpos, movimentos etc,etc,etc.etc.
Fiquem a vontade para imaginar o que significa os etc.

domingo, 29 de agosto de 2010

Começando a ser...

 
 
São Paulo, Julho de 2010. 
Este foi um dia muito Devasso, rsrsr. Muitas caras, bocas e outras coisitas mais, que vocês vão poder ir acompanhando bem devagarzinho que é mais gostoso. Ui vai ser delícia!