terça-feira, 5 de abril de 2011

Você faz sexo bem?

Regina Navarro Lins: Você faz sexo bem?

Rio - Recente estudo revelou que o Brasil é o país, da América Latina, em que homens e mulheres têm o maior número de parceiros sexuais. Aqui registra-se o maior percentual de pessoas que associa relação sexual a prazer, 35,6%. Esta é uma boa notícia, na medida em que não há dúvida de que o sexo é importante para a saúde física e mental. Um estudo sueco, que examinou a vida sexual de homens com mais de 70 anos, descobriu que aqueles que morreram antes de completar 75 tinham parado a vida sexual muito tempo antes. Outro estudo, na Inglaterra, concluiu que homens que fazem sexo ao menos duas vezes por semana vivem mais do que aqueles que fazem sexo menos de uma vez por mês.

Entretanto, há uma questão a ser resolvida. W. Reich, famoso psicanalista austríaco da 1ª metade do século 20, diz que não é só a quantidade de sexo que importa. Fazer sexo bem é fundamental. Para ele, a saúde mental depende de como a energia sexual é descarregada, isto é, do ponto até o qual o indivíduo pode se entregar e experimentar o clímax de excitação no ato sexual. Reich tinha total convicção da importância da qualidade do sexo para evitar neuroses.

Antes dele, muitos psicanalistas acreditavam que se um homem tivesse ereção e realizasse o ato sexual já seria suficiente. Um distúrbio só seria identificável no homem que não conseguisse ereção ou na mulher com ausência de orgasmo. Reich pôs em questão a normalidade de grande parte daquilo que passa por sexo normal. Baseado nisso, ele desenvolveu a teoria do orgasmo, na qual somente a satisfação sexual intensa consegue descarregar a quantidade de libido necessária para evitar a neurose. Para ele, o homem civilizado típico é reprimido sexualmente e só experimenta libertações parciais de tensão, que se assemelham ao orgasmo, o que a maioria das pessoas nem faz ideia do que seja.

Mas o que é, afinal, fazer sexo bem? Acredito que seja ir para o sexo sem ter nada planejado, e criar junto o tempo todo junto com o parceiro. A pessoa se sente livre para brincar despreocupada, sem pressa, à beira do orgasmo. O único objetivo é a descoberta de si e do outro, numa troca contínua de novas sensações, em que cada movimento desencadeia uma emoção diferente. Mas para conseguir isso, precisamos antes nos libertar dos preconceitos, das culpas e das crenças equivocadas.

Fonte: O dia Online

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